Cálice e Sangue - uma breve história. De Carlos Eduardo A. Souza

    Naquele momento tudo o que eu sentia deveria ser dito. Olhei em seus olhos de mel, peguei em seus cabelos negros, e segurando sua nuca senti o seu mais doce perfume.

- Eu entendo que não podemos nos amar, mas eu não consigo te evitar. Seu rosto possui minha mente, o gosto do seu beijo arde em minha pouca vida. Você me enlouquece, me aprisiona em seu sorriso.

    Ela sorri, olha em meus olhos, solta minha mão de sua nuca e a segura.

- Por favor entenda, foi tudo uma ilusão. Esqueça o que aconteceu, eu não posso te amar.

    Estou arfante, com lágrimas presas nos olhos, mas ainda assim tento convence-la.

- Mas eu te amo. Eu sou o sangue que preenche o cálice do seu corpo. Eu sou aquele homem que você sempre quis. Eu te amo, e posso te fazer feliz... posso te fazer me amar. Você é como eu. Você é a minha vida, juntos nos somos um só.

    As lágrimas se soltam, caem, escorrem em minha face pálida, mas mesmo assim continuo.

- Venha, me ame. Eu sou tudo aquilo que você sempre quis.

    Ela chora, arfante me abrasa e beija meu rosto; se afasta e me deixa sozinho, mas eu ainda à quero.

- Eu vou esperar por você. Eu te amo... por que tenho desejado o amor com cada fibra do meu ser... e eu o encontrei... em você... volte pra mim... te farei feliz.

    Ela para, hesitante. Esta chovendo, é tarde, uma nuvem cinza esta posada sobre meu ombro. Ela olha diretamente em meus olhos, corre em minha direção. Eu vou ao seu encontro e, nos beijamos, sentimos o puro gosto do amor que jorra de nossas bocas, que neste momento são como cálice e sangue, que se unem como fogo e pólvora numa explosão de felicidade. Onde julgamos nos amar, esquecendo os maus tempos, vivendo... voando de encontro ao vento.

.....................................Carlos Eduardo A. Souza...........................

19-11-2010