É madrugada de segunda-feira, o relógio marca 1h33, é
uma madrugada fria. E por acaso, você sente que essa madrugada está mais fria
que as outras. Nos fones de ouvidos você escuta uma música lenta que o deixa
mais deprimido do que você já está. É estranho, mas gostamos da dor.
Em sua mente você se pergunta “o quê você quer agora?”,
“do que você precisa agora?”.
- Um abraço – você diz a si mesmo. Então você começa a
pensar no seu dia, começa a pensar nos acontecimentos que lhe entristeceram.
Então, é ai que você se percebe mais triste e mais sozinho e mais vazio do que quando
havia saído nos dias passados. E você se vê tão insignificante, tão sem
importância para todas as pessoas que te cercam. Então, você se lembra de que
naquele momento você não estava tão triste como está agora, que naquele
momento, mesmo estando triste, ninguém foi capaz de olhar em seus olhos e enxergar
a sua dor, a sua tristeza. Então, você se percebe ainda mais triste ao lembrar
que aquela pessoa que você tanto queria que te olhasse nos olhos e vise o
quanto você está sofrendo, nem ao menos te notou. Nem ao menos falou com você e
nem te perguntou “você está bem?”. Exatamente nesses momentos que você precisa
de alguém, ninguém está presente.
E nessas horas você lembra aquela única pessoa que por
uma fração de segundos te olhou nos olhos e viu que você está sofrendo. Aquela
mesma única pessoa que foi atrás de você e lhe perguntou se você estava bem. E
é tão difícil ter que negar o que você está sentindo quando na verdade você
precisa de um abraço. Quando na verdade você já não aguenta mais ter que continuar
carregando a mesma cálida dor que insiste em te perseguir. E o que te deixa
feliz nessas horas é ouvir todo aquele silêncio sendo engolido pela chuva,
porque você sente como se um dia, toda a sua dor fosse ser engolida e digerida,
sem haver voltas. Te alegra também saber que mesmo assim tudo isso te deixa com
a incerteza se será ou não feliz.
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